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Empresas de recrutamento e outros especialistas em carreira costumam ter na ponta da língua uma lista de conselhos de como preparar um bom currículo, especialmente para diferenciar-se da concorrência. A intenção é válida, mas o problema nesses casos está no fato de que nem sempre os conselhos se aplicam aos profissionais de TI e à natureza do trabalho do setor, analisa a gerente da Sapphire Technologies – empresa de recrutamento na área de tecnologia da informação –, Shana Westerman. A especialista avalia que os currículos de TI se diferenciam de outros segmentos porque os profissionais precisam comunicar uma série de conhecimentos, técnicos e operacionais. “Como a tecnologia muda muito rapidamente e o trabalho em TI é bastante baseado em projetos, apresentações genéricas podem acabar sendo um ‘desserviço’ para o profissional”, alerta Shana. Ela conta que hoje recebe, em média, 300 currículos por dia de pessoas interessadas em trabalhar com tecnologia da informação. A gerente da Sapphire faz uma triagem desse material para enviar aos seus clientes, que são gerentes de TI e executivos de grandes e médias empresas interessados em contratar profissionais. Shana analisa que muitos dos currículos de TI que recebe são curtos demais para que ela analise se as competências dos profissionais se encaixam nas necessidades das vagas que precisam ser preenchidas. “As pessoas não serão convidadas para um encontro com um possível empregador se não demonstrarem que estão aptas para isso. O currículo é a única ferramenta que leva as pessoas para a entrevista de emprego”, alerta. A seguir, a especialista elenca os quatro grandes equívocos que os profissionais precisam evitar na hora de preparar um bom currículo em TI: **1. Tamanho certo** Na visão de Sarah os currículos de TI são muito influenciados pela natureza complexa das tarefas do que por um diferencial competitivo no mercado. Ela acredita que a recente crise e a necessidade dos profissionais incorporarem múltiplas tarefas tem modificado a natureza do que as empresas buscam em um candidato. Os potenciais empregadores não estão interessados em documentos de apresentação muito curtos, como costumam aconselhar as consultorias em gestão. “Eles querem detalhes. O que significa ter um currículo com três ou mais páginas”, pontua a especialista. As informações precisam contemplar com quais tecnologias o profissional já atuou, o tamanho e o escopo dos projetos com os quais já lidaram e quais as principais habilidades. “Eles \[os contratantes\] querem ver, de forma clara, se as pessoas têm os conhecimentos necessários, a partir de coisas que esses profissionais já fizeram no passado”, elenca a especialista. Outra razão pela qual um currículo de uma ou duas páginas nem sempre funciona para profissionais de TI é porque as funções são bastante complexas e as pessoas costumam atuar em múltiplas tarefas. “Se a pessoa tem cinco ou mais anos em TI, em especial no caso de técnicos, é perfeitamente normal que o documento tenha três, quatro ou até cinco páginas”, informa. **2. Reforce competências** Especialistas em recolocação profissional costumam indicar que quem busca um emprego deve evitar informações repetidas no currículo, como forma de ganhar espaço. Isso é uma má ideia, alerta Shana. Segundo ela, os interessados em contratar alguém costumam verificar se a pessoa teve uma experiência profunda com tecnologias ou temas específicos. “Se alguém busca um profissional com conhecimento em gestão do orçamento e só vê esse tema tratado em uma ou duas partes do currículo, pode considerar que falta capacitação nessa área”, considera a especialista. **3. Uso de cargos** As consultorias que ajudam na recolocação de profissionais recomendam que quem busca um emprego utilize cargos exatos no currículo. A executiva discorda desse conselho. Para ela, na área de TI, muitas vezes o nome do cargo não corresponde às atribuições, por isso, é importante detalhá-las. Como exemplo, ela diz que algumas instituições bancária dão o cargo de vice-presidente (VP) para profissionais que cuidam da gestão de projetos ou de políticas, em vez de restringir o título apenas a posições executivas. “Se você tem a experiência como VP em seu currículo, mas está se candidatando a uma vaga de gestor de projeto, o possível contratante pode colocá-lo automaticamente fora do processo, achando que você é muito sênior para a posição”, exemplifica Shana. O truque para explicar um cargo é ser claro. Ou seja, o profissional deve descrever exatamente suas funções anteriores, até para que isso seja confirmado por pessoas que sejam procuradas para dar referências. **4. Diagramação adequada** Alguns especialistas em contratação recomendam que as pessoas incluam cores e elementos gráficos – como um logotipo ou uma foto – no currículo. O objetivo é fazer com que o documento se destaque entre os demais. A gerente da Sapphire ressalta que nem sempre um currículo ‘enfeitado’ vai atrair um possível empregador, pelo contrário. “As pessoas só querem um documento que seja fácil de ler”, adverte.
Fonte: <http://idgnow.uol.com.br/carreira/2010/07/02/o-que-diferencia-um-bom-curriculo-em-ti/>

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